O Blog Transparência abre espaço para divulgar
matéria do piraporense Ivan Chagas.
TURISMO CULTURAL – “FESTA
DO SOL” – Por Ivan Chagas*
Não sou turismólogo, mas em minhas viagens pelo Brasil
vejo o quanto nossa indústria do turismo é frágil, incipiente, amadora e cara.
Sempre viajei muito pelo Brasil, a cada ano conheço dezenas de cidades
diferentes, de todos os tipos e perfis. Já são mais de 500 municípios que visitei,
seja a passeio ou a trabalho.
O Turismo Cultural é uma indústria de grande força econômica
em todo mundo, mas aqui no Brasil ela ainda não é capaz de nos rentabilizar mesmo
com o potencial que temos.
A cidade de Bangkok, com 10 milhões de habitantes, recebe
16 milhões de turistas/ano, quase o triplo que o Brasil inteiro. A França atrai
em torno de 84 milhões de visitantes ao ano, 14 vezes mais do que o Brasil, que
recebe pouco mais de 6 milhões de turistas ao ano.
Não conheço a França, mas pelo tamanho, menor do que o
estado de Minas Gerais, posso afirmar que o Brasil, com suas dimensões continentais,
possui muito mais beleza e diversidade, posso citar alguns poucos locais, como
a Floresta Amazônica, as cidades históricas de Minas, a Chapada Diamantina, as
maravilhosas praias do nordeste, a cidade do Rio de Janeiro e São Paulo, entre
muitas outras opções. Mas a França tem algo que é imprescindível no turismo:
organização. A França valorizou o seu turismo, investiu e se estruturou, enquanto
aqui no Brasil o turismo é uma indústria, podemos dizer, capenga, desorganizada
e exploradora.
O Brasil, país continental, com cerca de 220 milhões de
habitantes, possui apenas quatro companhias aéreas para atender sua população. A
malha rodoviária é deprimente e a ferroviária não existe. Os ônibus de
transporte de passageiros vivem num protecionismo de mercado secular e
retrógrado, onde não há concorrência. As famílias proprietárias das empresas de
ônibus estão entre as mais ricas do Brasil. Nadam de braçadas, oferecendo um
serviço da pior qualidade, com frota obsoleta e quadro de funcionários
péssimos.
Fazendo uma breve referência à cidade de Pirapora, vejo a
próxima Festa do Sol como uma grande oportunidade para a cidade romper de uma
vez por todas o fracasso dos antigos prefeitos, em especial o último que, além
de dilapidar a cidade financeiramente, acabou com a maravilhosa Festa do Sol,
criando a piegas, oportunista, brega e populista “Micareta do Sol”, que atraiu
o mais baixo nível de turistas à cidade, turistas estes que não deixavam nem
cem reais per capita no município.
Tomamos a liberdade, eu e meu amigo/parceiro, Rômulo Melo,
de enviar para a Secretaria de Cultura de Pirapora algumas sugestões para a “Festa
do Sol”. Pensamos nesta contribuição para que este evento volte a ser o que era
no passado. Quem participou, lembra-se! O evento era múltiplo, com exposições,
seminários, oficinas, shows, entre outras atividades culturais. Com programação
de qualidade invejável, colocou Pirapora no calendário festivo do país, o que dezenas
de pequenas cidades do interior de Minas estão conseguindo com os “Festivais de
Inverno”, que se espalham por todo estado a cada ano.
Sugerimos um link entre a “Festa do Sol” e a novela “Velho
Chico”. Conjugar com uma novela global pode ser uma estratégia de marketing
institucional muito interessante. O “Festival de Cinema de Tiradentes” focou em
apresentar produções globais e o resultado está aí, um dos festivais mais
importantes do país, com cobertura da Globo, que prioriza seus atores onde eles
estiverem. Isto é regra e é disto que falamos.
É urgente que se façam um evento, com competência e
lucidez, para reerguer a, outrora notável, “Festa do Sol” e transformá-la num
dos eventos anuais mais importantes de Minas, assim Pirapora pode se tornar a
meca do turismo do norte do estado.
(*) Ivan Chagas
Sion Produções e Eventos / Belo Horizonte
(31) 9-9868-8300